A possibilidade de os mandatários interferirem nos resultados de curto prazo da economia para favorecer os seus interesses eleitorais é uma tentação que as democracias maduras aprenderam a controlar. Nações que adotam o regime em geral reduzem as taxas de juros da economia, em razão do bônus de credibilidade e estabilidade embutido nessa opção. Decerto de pouco adiantaria instituir mandatos para operadores da política monetária em países que desprezam o valor da estabilidade. Não funcionaria no Zimbábue de Robert Mugabe, na Argentina de Cristina Kirchner nem na Venezuela de Nicolás Maduro. Mas no Brasil, após a desastrosa aventura intervencionista de Dilma Rousseff (PT), o estatuto pode ser efetivo e instilar nos agentes econômicos motivação extra para arriscar-se nos investimentos produtivos sem o temor de tribulações politicamente motivadas no BC.
Source: Folha de S.Paulo February 04, 2019 04:07 UTC