(Reuters) – O real pode continuar a se fortalecer “mais intensamente” no curto prazo, passado o “susto” com a inflação nos Estados Unidos, mas a moeda brasileira voltará a ser pressionada mais para o fim do ano pelas recorrentes incertezas fiscais domésticas e pelo debate sobre redução de estímulos nos EUA, disse o economista-chefe do Itaú Unibanco, Mario Mesquita. “Mas não vai ser tanto esse o caso no ano que vem”, disse Mesquita ao se referir à situação da política monetária norte-americana em 2022, quando, segundo o economista, o Fed deverá reduzir estímulos, diminuindo a oferta de dólares no sistema. Os mercados reagiam com forte alta do dólar em todo o mundo nesta quarta a dados mostrando que a inflação ao consumidor norte-americano teve em abril a maior alta em quase 12 anos, o que voltava a turbinar expectativas de alta de juros e corte de estímulos nos EUA. “Também a gente admite que pode ter preços de commodities sustentados por mais tempo, alguns trimestres, mas a gente não acha que estamos num novo superciclo de commodities, que seria positivo para o real”, afirmou. Mesquita explicou que o superciclo de “dez, 15 anos atrás” teve muita relação com o estágio de desenvolvimento da economia chinesa na época, que hoje está diferente.
Source: O Estado de S. Paulo May 12, 2021 16:41 UTC