Não conheço, no entanto, lugar no qual a circulação no espaço público seja idêntica entre homens e mulheres. A ideia de que uma mulher andando sozinha na rua de madrugada está pedindo para ser estuprada parece ser uma máxima mundial. O modelo viril que nos assombra e que se vale da arrogância, da opressão e da violência não deveria servir de base para o feminismo. Disso decorre que existam homens mais feministas do que algumas mulheres e negros mais racistas do que alguns brancos. Nesse cabo de guerra, o lado que me interessa é o que solta a corda da disputa fálica e banca seu desejo singular perante homens e mulheres.
Source: Folha de S.Paulo October 06, 2020 02:23 UTC