Recentemente, fomos surpreendidos por declarações da diretora de exploração e produção da Petrobras, Sylvia dos Anjos, questionando as contribuições humanas para a mudança climática e a existência de corais e recifes vivos na Amazônia. Alegações de que os recifes da Amazônia não passam de uma “fake news” científica, como disse a diretora da Petrobras, são improcedentes e desconsideram a vasta literatura científica que atesta a existência e a relevância ecológica desses ecossistemas recifais, conhecidos no meio acadêmico como o Grande Sistema de Recifes da Amazônia (Gars, na sigla em inglês). Recifes são estruturas rochosas rígidas construídas no fundo do mar por organismos vivos (por isso, são chamados recifes biogênicos). Os recifes formados por corais (animais coloridos da classe Anthozoa) são os primeiros que vêm à mente quando pensamos no assunto. Os recifes da Amazônia, embora constituídos principalmente de algas calcárias, abrigam em abundância diversos grupos de corais, incluindo os “corais verdadeiros” (Scleractinia), os corais-negros (Antipatharia) e as gorgônias (Octocorallia).
Source: Folha de S.Paulo November 26, 2024 00:50 UTC