Infelizmente, não mais dispomos do “mandato imperativo”, instituído por José Bonifácio em 1822, na Independência, uma espécie do recall americano. E aí, estabelece-se a grande e irrespondível contradição: só podemos mudar isso pelo voto. E que referendos e plebiscitos dependem sempre também do apoio final desses mesmos parlamentares para que o povo efetivamente se manifeste. Surge daí a importância transcendental do chamado “voto consciente”, esse canhestro pleonasmo, pois todo voto deveria ser, por natureza, consciente. Mas nossos mandatários outorgados não se comportam como procuradores fiéis, republicanos.
Source: O Globo June 20, 2016 18:00 UTC