Daí a importância de promover, a partir da escola e de bibliotecas públicas, o hábito da leitura naqueles que não tiveram a sorte que eu tive. Ao acompanhar a votação do Fundeb na Câmara, lembrei-me não só do que a imprensa mais destacou, ao se referir à importância de um mecanismo permanente e redistributivo de financiamento da educação, como salários de professores e condições adequadas de infraestrutura, mas das salas de leitura. Como encantar jovens com estantes de enciclopédias antigas, obras inadequadas para a faixa etária ou livros que sofreram desgaste com o tempo (e não com o manuseio)? Precisamos proporcionar a alunos e professores plataformas variadas de leitura que incluam livros eletrônicos, em papel e audiolivros, e mostrar-lhes que, no século 21, os cânones podem se afrouxar tanto em relação às obras quanto a seus formatos. Muitos poderão questionar a relevância de livros, se há tantas insuficiências nas escolas brasileiras.
Source: Folha de S.Paulo July 24, 2020 02:15 UTC