O nome artístico de Ana Faria Fainguelernt chama a atenção, mas, escutando o seu terceiro disco, lançado em outubro de 2023, o que surpreende é o apuro da instrumentação e a originalidade das composições. A identidade de gênero não significa nada em alguns momentos do repertório de Me chama de gata que eu sou sua, mas, em outros, confere à cantora um tipo de romantismo raro no cancioneiro brasileiro. Filha de uma psicóloga com um artista plástico, Fainguelernt começou a estudar música aos 6 anos. Conheceu jovens instrumentistas como Sérgio Machado e Alberto Continentino, que tocam para Gilberto Gil e Caetano Veloso. Quando se arriscam a fazer música, os descendentes da elite cultural do Rio costumam pecar na repetição excessiva das fórmulas que deram certo com seus antecessores.
Source: Folha de S.Paulo March 12, 2024 14:11 UTC