Eis uma agenda imprescindível para o Brasil: recuperar a força perdida de um centro político democrático, moderado e estável. No caso brasileiro, durante a Nova República, especialmente depois da Constituição de 1988, siglas posicionadas no centro desempenharam papel decisivo na construção da governabilidade. O centro tradicional, no entanto, foi aos poucos cedendo espaço a algo muito distinto no Brasil: o chamado Centrão, um agrupamento cuja unidade não está em projetos nacionais, mas na habilidade de extrair vantagens imediatas do governo de ocasião. “Mais centro, menos Centrão” não é um capricho retórico, e sim uma necessidade estrutural para que a democracia brasileira volte a produzir estabilidade, projeto e horizonte. O Brasil precisa, novamente, de um centro que seja centro – não de um Centrão que ocupe tudo.
Source: O Estado de S. Paulo December 28, 2025 14:26 UTC