A abordagem de Benjamin se opõe a um tipo de historicismo que se posiciona ao lado do “vencedor”. Embora seu messianismo marxista-idiossincrático questionasse a “fé obstinada no progresso”, ele tinha como premissa a possibilidade do movimento histórico na direção de um futuro substancialmente diferente do presente. Publicada na íntegra pelo New York Times, ela também recebeu bastante atenção nos países do bloco do Leste, contribuindo para a Ostpolitik (política do Leste) do papado. A memorialização, portanto, torna-se uma forma de produção de imagens de desejo relativas ao passado que atendem às preocupações do presente; produzimos memórias do presente, por assim dizer. A relação entre justiça e poder é, seguramente, mais complexa do que a sugerida pela crítica à violência feita por Benjamin.

Source: Folha de S.Paulo July 29, 2024 11:26 UTC