Adversária do impeachment da petista Dilma Rousseff, a publicação não é certamente imparcial. A atitude fere o princípio básico da isenção do julgador, proibido de manifestar qualquer parti pris na sua tarefa de decidir quem tem razão: o Ministério Público, que, em nome do Estado, ou seja, do cidadão, acusa, e a defesa do acusado. A eventual inclinação do juiz a aceitar os argumentos dos procuradores, em detrimento das negativas apresentadas insistentemente pelos defensores de Lula, poderia resultar na anulação da sentença em primeira instância do processo sobre recebimento de propina e ocultação de patrimônio do triplex do Guarujá. Não implica, contudo, a automática inocência do réu, que dependerá de serem reformadas decisões unânimes de duas instâncias superiores, a segunda e a terceira, sobre o caso. Sim, talvez seja de bom alvitre avisar que a experiência pregressa não autoriza soluções favoráveis no caso.
Source: O Estado de S. Paulo June 11, 2019 03:00 UTC