Calma, leitor, não sou a doida da blogueira que fura quarentena e manda um foda-se para a vida. Quando o vi ali sentado, com o cabelo de quem não vê uma tesoura há quase três meses, pensei na sorte que era amar aquela pessoa com quem eu dividia o confinamento. E eu me senti mais apaixonada e fizemos sexo como se não fossemos casados há oito anos e como se não estivéssemos confinados há quase três meses. Tudo o que consegui de diferente nessa quarentena foi a façanha de tomar um pileque numa festa de aniversário, online. Já no banho, finalmente vejo a ressaca e a vergonha irem embora pelo ralo do chuveiro.
Source: Folha de S.Paulo May 26, 2020 17:37 UTC