O Estado da Arte continua o Especial Polônia, dedicado à cultura, à história e à política da nação que, ao longo do século XX, viu-se vitimada pelos dois totalitarismos que marcaram os 1900: o nazismo e o comunismo. Diretor de excelência, Kieślowski foi fundo nas possibilidades de um cinema que retratasse não apenas a condição da sociedade polonesa , mas também a dimensão moral do tempo que lhe coube viver. Nascido na Varsóvia em 1941, ano em que a Polônia já se encontrava sob ocupação nazista, durante décadas Kieślowski viu o próprio país sofrer inúmeras perdas em razão da Segunda Guerra Mundial e do regime comunista que se instalou na região. Aliás, é possível que a ausência de Deus na formação dos discursos ideológicos da contemporaneidade tenham reforçado-a. É por isso que, na iminência da União Europeia, os filmes da Trilogia das Cores denunciariam os perigos totalitários e globalistas que o continente iria enfrentar pelos próximos anos.
Source: O Estado de S. Paulo October 15, 2017 15:36 UTC