À parte disso, tudo é sobre ela, sua obsessão e sua espera. Ela conta sua relação com sua irmã Ginette, que não chegou a conhecer porque morreu aos seis anos, vítima de difteria, antes do nascimento da autora. Aos dez anos, Ernaux descobriu por acaso a existência da irmã durante um diálogo descuidado de sua mãe com uma cliente do café administrado pela família, num pequeno vilarejo da Normandia. A partir da descoberta, ela passa a viver tal como um duplo da irmã morta, como se ambas fossem indissociáveis, embora completamente estranhas uma à outra. Em A outra filha, ela vai além: só não a matou por causa da irmã morta.
Source: Folha de S.Paulo January 01, 2024 22:27 UTC