O principal objetivo da reforma é a simplificação do Formulário de Referência, um documento que as empresas cotizadas devem publicar anualmente para melhor informar sobre suas atividades. Em sua coluna “A tara do ESG”, Helio Beltrão diagnostica que a introdução de requisitos de informação ESG é uma “tara do politicamente correto” e que a proposta da CVM “interfere com o propósito fundamental da empresa: a incessante busca da maximização de seu valor”, repetindo, sem citar, artigo de 1971, do falecido Milton Friedman. Ainda mais evidente, as críticas estão descompassadas com a realidade das demandas da sociedade, incluindo reguladores, emissores de valores e especialmente investidores. Caso contrário, Fink ameaça que a sua gestora votará contra os conselheiros que deixarem de cumprir suas responsabilidades ESG e pode inclusive vender suas participações. Nesse contexto, a reforma proposta pela CVM é bem-vinda, ainda que poderia estar mais harmonizada com o contexto internacional, e pode funcionar com uma vacina de transparência, atraindo mais investimentos para o Brasil.
Source: Folha de S.Paulo March 18, 2021 16:24 UTC