Em “Memórias de porco-espinho”, que acaba de ganhar uma edição brasileira da Malê (com tradução de Paula Souza Dias Nogueira), o escritor resolveu revisitar essa tradição oral de sua infância. Por isso, quando Kibandi morre, o bicho usa as poucas horas que lhe restam para tentar mudar a sua imagem. É uma homenagem a essa cultura densa e rica da minha terra natal, do meu continente de origem. É, portanto, um livro que lembra como nós, congoleses, interpretamos o mundo e tentamos explicar os mistérios da vida. Apesar da distância, ele garante que não se sente desnorteado e que continua expressando as “angústias” de seu continente.
Source: O Globo November 18, 2017 06:31 UTC