Em setembro de 1952, o cronista Rubem Braga (1913-1990) fez uma experiência literária e tanto: manteve os leitores pendurados no suspense de um minifolhetim em três capítulos protagonizado por uma borboleta. Carro-chefe do livro “A Borboleta Amarela”, de 1955, o tríptico saiu no jornal Correio da Manhã como “Borboleta” só (sem número, II e III). Contudo, ao se desdobrar por dias e virar heroína de série, a borboleta de Braga se torna algo mais enigmático e aflitivo. Havia, no círculo das pessoas íntimas, uma certa expectativa, como se uma borboleta amarela pudesse promover grandes proezas no centro urbano”. Que a pergunta sirva de convite à leitura de Braga e da grande crônica brasileira, também conhecida como “gênero menor”.
Source: Folha de S.Paulo November 19, 2020 02:27 UTC