Entre 2011 e 2023, a cobertura do jornal O Globo sobre as ações afirmativas apresentou narrativas de resistência à implementação das cotas raciais. É o que mostra o estudo do Grupo de Estudos Multidisciplinares da Ação Afirmativa (GEEMA) da Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ). As cartas aos leitores chegaram a representar 56% dos textos de opinião em 2012, apresentando 81,7% de rejeição. “Ali Kamel, então editor-chefe, liderou uma campanha contra as cotas raciais, com forte mobilização de intelectuais e artistas. Entre 2015 e 2021, o cenário tornou-se mais equilibrado, com uma redução no volume de publicações, independentemente do tipo de texto.